12 dezembro 2011

Histórias do Rock de São Borja - Parte IV

Felipe Kirinos, ex-vocalista da banda Ratazana e atual vocalista da Johnnie Chivas, nos concedeu uma entrevista no dia 25 de Novembro de 2010.

Dentre os assuntos de sua fala, expôs sua iniciação no rock; as primeiras bandas em que cantou - Insônia e Os Pironautas; sua história com a banda Ratazana; e seu atual momento com a banda Johnnie Chivas. 

Sobre sua fase na Ratazana:

“A Ratazana, na época em que entrei (2001) a banda já tinha dois anos de atividade, e era uma banda que era a melhor estruturada da cidade, tanto em grana quanto em estúdio. Tinham gravado músicas no Bob Estúdio em Santa Maria.” 

“Em Julho de 2001 nos apresentamos no encontro de caminhoneiros em São Borja, evento muito grande que ia em torno de umas 20 mil pessoas. O repertório foi uma mescla de música pop da época e rock and roll. No dia seguinte da apresentação a banda foi o comentário nas rádios.”

“O grupo tinha composições próprias, as que mais prevaleciam eram as do L. A música Submundo tocava direto na rádio. Fizemos shows na região: Itaqui, Uruguaiana, Santo Ângelo, Ijuí, Santa Rosa. Só que ao mesmo tempo dessa tur de shows, o L., fundador da banda, tinha problemas com drogas. Estávamos por prensar mil cópias, com empresas fortes da cidade patrocinando. E o dinheiro foi todo no vicio do L. Isso acabou sendo o pivô para o fim da banda no final de 2001. A gente começou tocando para 20 mil pessoas no encontro dos caminhoneiros e acabou tocando pra ninguém no Sidney 2000.” 

“A Ratazana foi um experiência polarizada, por que teve os dois polos, o bom do melhor e o ruim do pior. Era uma época meio Legião Urbana da galera, a voz do L. era meio grave, então a música lembrava Legião. O estilo da Ratazana era tipo ‘de cara com a vida’, então a banda não era feliz. E o rock and roll é uma coisa faceira.”

“Em 2008, eu já estava fazia tempo afastado do som, chegaram e me convidar pra fazer um som com a Monotape. Foi lá no Emporium. (...) Eu não sabia, mas aquilo lá já era o coração da Johnnie Chivas pulsando. Quando a gente entrou no palco pra tocar, a hora que o Alex começou a fazer aqueles três acordes de Whisky In The Jar, veio abaixo a galera. E a hora que eu fui descer o pessoal pedia pra tocar mais uma. E eu pensei: Meu Deus eu vou voltar a cantar!”. 

“Então chegou um momento que decidi: eu quero voltar a fazer som e aí chegaram pra mim e me perguntaram se eu não queria substituir o Diego na Bull Band e eu disse, só se o guitarrista for o Alex, então o Cristian foi lá e falou com o Alex e fizemos o primeiro ensaio da Johnnie Chivas; e a primeira música que a gente tocou foi Suadinha da Vera Loca. E ali se criou uma coisa chamada vibe e aquilo nunca mais saiu de dentro daquela sala. Então, meu atual momento que estou vivendo no rock and roll é uma coisa madura e uma coisa empreendedora, por que nós temos seis meses de banda e eu conquistei coisas mais importantes do que eu tinha conquistado em dois anos de Ratazana. Isso porque eu estou com os parceiros certos, eu sou amigo dos meus colegas de banda e isso é o mais importante. Se eu erro eu olho pro meu parceiro e dou risada e ele corrige o meu erro, compensa.”

“A gente tem uma energia que concentramos entre nós que fica ali e contagia os outros, e isso é muito bom. Pela primeira vez uma banda na cidade de São Borja tem uma coisa que se chama a presença de palco e tem aquela coisa de qualidade que a gente tá investindo cada vez mais e cada vez mais a gente tá buscando inovar. A nossa banda é cover, não sei até quando vai ser cover, tá bom como cover, eu curto fazer cover, tem algumas composições, mas não estão maduras ainda; até a gente achar a identidade da banda vamos dar uma caminhada como cover.”

14/12/2010
Atualizado em 12/12/2011

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