15 dezembro 2009

Vivendo e conhecendo


Já tinha ouvido falarem, mas nunca tinha ouvido sua voz. Tinha consciência da sua importância, porem nunca reservei um tempo para conhecer suas interpretações. Até que num domingo de isolamento brotou a vontade de escutá-la.

Mercedes Sosa é pura magia. Que voz! Que energia seu timbre espalha. Percebe-se verdadeiramente a sua alma saindo pela boca. Ao ouvi-la logo lembrei Atahualpa Yupanqui. Ambos são, artisticamente, autoridades.

As versões de Sosa para as músicas de Milton Nascimento são imortais. Esta, juntamente com o dueto com Fagner em “Ãnos”, expressam nitidamente um sentimento de integração dos países sul-americanos. A sua interpretação para “Gracias a La Vida”, da folclorista chilena Violeta Parra, é a ária definitiva de gratidão à existência.

Há um tempo, vi numa edição da Rolling Stone, uma foto em que posavam reunidos no estúdio do programa dos anos 80 Pra Começo de Conversa da TVE-RS, Wander Wildner, Eduardo Bueno e Cunha Jr. Atrás deles, estampado na parede, um pôster de Mercedes Sosa. Aquilo marcou. Ela não estava ali à toa. Percebi na hora seu significado para a arte musical e para a cultura sem fronteiras dos gaúchos. Agora sinto e comprovo sua grandeza.

Mercedes Sosa morreu este ano. Mas sua voz jamais se extinguirá. Está aqui, junto com os ventos da América do Sul.

Ouça, identifique-se e emociona-te também com essa voz poderosa!