30 agosto 2013

Antes era o álcool, agora é a nicotina

É inegável
Sempre me apoio nos vícios
E sempre é preciso lutar contra eles

Quando não é a cerveja é o fumo
Bebo agora sem álcool
Para me enganar

Agora viciei no fumo
Não tem jeito
Sempre encontro algo para me depender

Será que existe fumo sem nicotina?
Se sim acharei outro vicio
Sou vulnerável a minha desordem interna.

27 agosto 2013

Conversa com Renato Russo


Como está tudo aí em cima Renato?
Aqui está muito pior do que quando estavas conosco
O mundo anda mais do que tão complicado

As pessoas não se amam
Não se respeitam
Não possuem bom senso

Esse mundo nos entristece
Não o conheci, mas o compreendi.
É muito pesar que sentimos
É difícil acreditar num mundo melhor
Mais harmônico e alegre

Tiveste sorte
Sabias da tua missão
Para muitos o que deixaste foi em vão
Mas para mim não
Enquanto suas poesias me fizerem chorar
Me é válido sua existência
E é deprimente pensar que tu fazes tanta falta nesses dias que nos destrói

Somos metal contra a tempestade
Devemos resistir
Apesar de tudo
Apesar das crueldades e das enfermidades desse mundo
Não devemos entregar sem lutar não é mesmo?

Com sua mensagem eterna derrotaremos os nossos inimigos
Internos e o estrago dos externos

Tudo passa néh Renato?
Nossa vida passa
Não levamos nada
Mas devemos deixar algo
Alguma esperança para a humanidade
Como deixaste
Quando nos abandonaste órfãos da sua bondade e inteligência

Afinal, ainda temos coisas bonitas por aqui.
Devemos nos ater nelas
Não é mesmo Renato?
Vamos começar de novo
Derrubando tudo que nos faz nos sentirmos mal.
"Há uma distinção entre trabalho e emprego. Emprego é fonte de renda e trabalho é fonte de vida. Alguém que não está mais no emprego não significa que ele não tenha mais trabalho. Porque trabalho é sinônimo de ocupação. Por exemplo, ócio. Ócio não é a ausência do que fazer. Ócio é a possibilidade de escolher o que fazer. Ócio não é vagabundagem, ócio é a possibilidade de escolha." (Mário Sérgio Cortella, filósofo)

26 agosto 2013

Noite: a fiel confidente

Quatro da manhã
Madrugada de segunda
Acordado
Enquanto todos dormem para estarem dispostos a afundarem no trabalho pela manhã
Por prazer ou por obrigação
Para manterem suas vidas de segurança

Aproveito o prazer da noite
Do encontro do eu com eu mesmo
Escrevo
Na frente do fogo da lareira, da tevê e com uma garrafa solitária de cerveja nas mãos

Anormal?
Para mim não
Pois esse é o meu eu verdadeiro

Com a companhia da solidão
Assim sigo
Sem tentar fingir o que não sou

À noite sinto-me mais vivo
Mais cheio
Mais confiante a cada criação
A cada pensamento inventivo
A cada transposição em palavras a minha confusão

Mais uma tragada, mais uma baforada, mais um gole e mais uma palavra
Uma tosse e o amargo da fumaça na garganta
Meus dedos estão ficando para sempre amarelos devido a combustão

Amanha acordarei e mais uma vez tentarei fazer algo de útil para o futuro
Algo que dê satisfação aos meus alheios
Algo que dificilmente me convém
Só para parecer preocupado e natural

Mais uma masturbação para relaxar
Com uma música calma adormeço
Com mil bagunças lá dentro, do pensamento

É impossível relaxar totalmente
Uma má noite para vocês
Incompreendidos.

21 agosto 2013

Enquanto todos dormem

Enquanto todos dormem eu tento achar a minha solução
Mas é sempre em vão
Sempre em vão

Os dias não param de passar
O final dos anos sempre chegam
E eu não consigo andar
Não consigo a evolução
Não

Só acontecem medos e esquivas
Nunca coragem e ação
O tempo corre e eu não consigo andar
Só me arrastar
Sinto-me estático nessa situação

Essa sensação não vai ter fim não
Não quero pensar que não
Queria poder descobrir qual é a minha missão

Quero conquistar mais confiança
Aumentar mais pontos de autoestima
De disposição
Quero vencer mais provas

Quero me encontrar mais útil, feliz e são.

19 agosto 2013

Criaturas perdidas

Será que há muitos desocupados como eu nessa vida?
Muitos vagando pelas ruas
Pelos portos
A procura de refúgio
À procura do por do sol que tranquiliza
                                
Será que há muitos desocupados como eu nessa vida?
Por medo ou falta de coragem
De enfrentar a normalidade

O que nos resta são os motins internos que sentimos
E o despudor em expressá-los
Honestidade
A melhor arma do escritor em conflito com a realidade.

Certeza

Eu sei que vou morrer sem aprender a viver
Tenho asas, mas não sei voar
Há muito que experimentar
Ler e escutar
Perversões a fazer
Palavras a escrever

Há muito que criar
Há muito que perder
Muito que ganhar
Muito que sofrer
Muito que chorar
Que se perder e se achar.

Vício


A maior praga descoberta pelo ser-humano nesse mundo são as drogas. Quantas vidas já foram desperdiçadas por essa moléstia. Porque foram existir esses vícios? É um oponente muito hostil. Uma guerra que se estende pela vida inteira. Uma batalha com poucas chances de sair vitorioso. Um achaque mental, físico e banal. Somos tão frágeis para lidar com isso.

14 agosto 2013

O enigma da vida

Porque realmente vivemos?
Pra onde iremos?
São questões muito profundas que devemos esquecer
Diz meu pai

Só devemos viver
Não pensar nos mistérios da origem
Nas simbologias que existem
Nos comportamentos que nos coagem a ter

Afinal, as pessoas creem no que?
Rezam para quem?
Se prendem a imagens sacras improváveis
Irreais

A fé ajuda
Mas não esclarece
Só a ciência tem o poder de responder.

Privação musical

Houve uma tarde uns anos atrás que senti uma vontade anormal de escutar uma música. Era uma específica: Big Mouth Strikes Again do The Smiths. Não entendo o porquê, mas simplesmente senti uma ânsia em ouvir aquela composição. Era uma sensação muito forte. O pior é que nada colaborava. Não tinha ela. A Internet não funcionava. Não conseguia saciar aquele desejo que me tomou conta. Comecei a sentir um desconforto. Pode ser um hiperbolismo, mas parecia uma crise de abstinência. Era algo que queria muito e não conseguia.

O efeito daquele desejo durou umas horas e depois foi amenizando. Não consegui aquele prazer. Fui ouvi-la no outro dia e foi uma mistura de alívio com êxtase.

Nunca tinha passado por isso. Mas entendo. Talvez aquela bateria em “Big Mouth Strikes Again”, me deixe exaltado. Sempre considerei Smiths uma das bandas de maior qualidade de sempre. Possuem uma sonoridade consistente e um suingue quase insuperável. Um concretismo completo. Guitarra, baixo e bateria no mesmo nível elevado. E a voz aveludada de Morrisey apenas contorna a sincronia perfeita.

Será que alguém já teve uma sensação desse tipo também?

09 agosto 2013

A Vitória (ou coisa que o valha)




Declaramos o fim desta era
em que sempre sentimos
as nossas vidas morrerem através das janelas

Não mais respeitaremos
nenhuma lei que diga o que não podemos
ou o que temos que fazer

Porque hoje o sol nasceu
declarando o fim destas lágrimas
e eu vou jogar aos céus meus braços
e não olhar mais para tras

Hoje dançamos sobre as ruínas
de suas instituições ultrapassadas
e declaramos para toda nossa vida
um estado eterno de felicidade

Hoje celebramos a nossa vitória
sobre o império da tristeza e do medo na escuridão

Nunca mais viveremos à sombra
de teus deuses e reis

Brindamos mil paixões e dançaremos
porque hoje o sol nasceu
declarando o fim destas lágrimas
e eu vou jogar aos céus
meus braços e não olhar mais para trás.


Composição: Dance Of Days

07 agosto 2013

Essa música diz tanto que nem sei como não tem meu nome



Não Fosse o Bom Humor
(Superguidis)

Queria ter muita coragem nessas horas
Poder dizer-te coisas antes de ir embora
Me dá um desespero, um nó em minha garganta
Não expressar opiniões não adianta

Um psiquiatra cairia bem
Não fosse o bom humor, meu estômago todo iria fritar
Meu estômago todo iria fritar

Desculpa se por um acaso eu te aborreça,
Mas o pior sempre está em minha cabeça

Um psiquiatra cairia bem, não fosse o bom humor
Um psiquiatra cairia bem
Não fosse o bom humor, meu estômago todo iria fritar
Meu estômago todo iria fritar

Companheiros fiéis

A noite é minha amiga
A música é minha amiga
Os filmes são meus amigos
As palavras são minhas amigas

O ócio é meu amigo
O fumo é meu amigo
A minha mente ainda não


E o álcool é meu amigo falso.

02 agosto 2013

Nada mais poético que a fumaça branca do palheiro refletindo à luz do sol.