23 janeiro 2009

Romantismo bárbaro

A fase, no momento, é de escutar Luis Miguel. Descobrir o seu álbum, “Mis boleros favoritos”, foi um acréscimo e tanto para a ecleticidade musical que meus ouvidos absorvem. A obra é uma ode ao romantismo mórbido. Por isso, talvez, a tenha coroado a melhor no quesito “sobre amor”.

Luis Miguel é sem dúvida um dos melhores cantores latinos. Interpreta de forma inimitável e definitiva esses sucessos bolerísticos do repertório. Ao escutar essas melodias prazerosas de prontidão se pensa em um jantar à luz de velas com a amada ou a cena filmica de uma visita (encontro) em casa. Da qual descrevo:

Trajando um terno sob medida em uma sala simples, mas bem decorada e de preferência com uma sacada que proporcione uma vista inefável. Ele espera ansioso pela visita. A campainha toca, o nervosismo toma conta do corpo. Abre a porta e lá está ela, estática e deslumbrante com seu vestido longo e preto:
- Você está... Linda.
E ela não responde, apenas sorri mexendo os ombros de um lado para o outro e coloca as mãos na cintura.
- Entre!
A luz fraca no ambiente. Ele olha para o bar no canto da peça, depois para ela e pergunta classicamente:
- Aceita um drinque?
Enquanto ele serve só se escuta a música de Luis Miguel ressoando em um volume ideal para a ocasião, nem alto e nem baixo demais. Apenas deixando o encontro maravilhosamente calmo e romântico.

Abrindo os olhos e deparando-se com a realidade. Esses boleros na voz de Luis Miguel nos remetem a isso: situações de um amor em paz.
Todas as faixas seguem a mesma linha. A do inacreditável. As três primeiras: No me platiques mas, La Barca e La Gloria eres tú; abrem o disco da melhor forma possível.

Como que o ser - humano chega a esse ponto de fazer músicas e letras tão românticas desse modo? Faz-me pensar.

Quando se pega alguém no flagra escutando bolero (gênero que comumente seus avós gostam) duas coisas vêm à mente destes: ou ele está apaixonado ou na fossa. No meu caso, nenhum dos dois. A não ser apaixonado pelas canções, pela qualidade e pelo lirismo delas.

O disco toca e o casal dança abraçado no meio da sala. A música dá sua última nota, os dois abrem os olhos e percebem a situação decorrida ao natural. Então sorriem e se beijam fervorosamente.





01. No Me Platique Mas
02. La Barca
03. La Gloria Eres Tú
04. No Se Si Tu
05. Historia De Un Amor
06. Somos Novios
07. Solamente Una Vez
08. El Día Que Me Quieras
09. El Relog
10. Por Debajo De La Mesa
11. Encadenados
12. Sabor A Mí
13. Perfidia
14. Hasta Que Vuelvas

11 janeiro 2009

O domingo ideal

O dia de domingo é odiado. Certamente não é o preferido das pessoas. “Não suporto domingo!”. Você já deve ter escutado muitas reclamações desse tipo. O principal pretexto por não gostarem é simplesmente porque no dia seguinte a semana começa e é preciso trabalhar.

Domingo foi feito para descansar. È dia de reunir a família e saborear aquele churrasco suculento no almoço. Faz parte da nossa tradição, que foi cultivada de geração para geração.
Há uma pergunta em um caderno dominical num jornal do Estado que sempre me chamou a atenção: qual é a sua idéia de um domingo perfeito?

Minha percepção de um domingo perfeito começa no sábado, ao dormir cedo para acordar às oito horas, tomar aquele suco de laranja natural e ir à banca comprar o jornal (que é de praxe). Depois de lê-lo boa parte, sair com meu pai comprar a carne para o churrasco e logo após ajudá-lo nos preparativos para assá-la. Hora de tomar uma cerveja bem gelada pitando um palheiro. A trilha sonora deve ser de acordo com a ocasião: música nativista da melhor qualidade.

Exagerar na gula na hora de comer e sestiar na tarde é sagrado. No fim do dia o programa é cevar um mate amargo e partir para o segundo cais do porto contemplar o pôr-do-sol do rio Uruguai.. Beleza da natureza. Imagem linda, tranqüilizante e inesquecível. Se não fosse esse rio Itaqui não seria nada... Perderia seu valor. É um dos motivos que sempre me fará voltar caso vá morar longe.

Quando a noite cai o melhor é voltar para casa, jantar a sobra do churrasco, deitar e ler um bom livro até os olhos fecharem naturalmente fazendo com que o livro caia sobre o peito. Dormir sem sentir, com a mente limpa. Pronto para mais uma semana.

Ah! Se todos os domingos fossem assim! Esse dia não seria tão depressivo. Pena que são raras as vezes que é prazeroso desse jeito, porque na maioria dos finais de semana saio no sábado, bebo demais e acordo tarde e desanimado para tudo isso. Mas, quando acontece é perfeito.