23 agosto 2016

“Música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão.” (Artur da Távola)

06 abril 2016

A imponência do Saturnus


Metal com vozes guturais nunca foi minha praia, mas sempre a qualidade do instrumental importou. Há um tempo, duas manifestações têm feito parte de minhas noites inóspitas: como o duo chileno Uaral e a banda dinamarquesa Saturnus. A despeito das minhas raízes, possuem vozes guturais. Mas elas estão em segundo plano, tamanho a grandeza artística que emanam no todo.

Saturnus é viciante. Doom Metal potente, pesado e extremante melodioso. Sensível como a alma humana. Composições épicas intercaladas com as falas limpas e cantos guturais não exagerados de Thomas Jensen.

Tem de tudo ao mesmo tempo no planeta do Saturnus. Riffs suntuosos, bateria forte e versátil, linhas de baixo audíveis e criativas, transições eruditas de piano, violino e violão que remetem às melodias tristes dos Cavaleiros do Zodíaco, e o contorno pesado como a trilha de uma tragédia.

Os temas são escuros; como a tristeza, a dor e a solidão. Sentimentos inerentes que não escapam do homem. Por isso os arranjos tão belos.

Veronika Decides To Die, de 2006, é a obra-mor. Perfeita e genial do inicio ao fim. Com "I Long", "Pretend", "Descending", "Rain Wash Me"; e o réquiem lindo de lacrimar, "All Alone". Entrou na lista dos favoritos de sempre.

Deviam ser mais reconhecidos no segmento.

Música honesta pra caralho! Como poucos e ignorados.

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