19 agosto 2011

The Sheepdogs: os quase famosos

De tempos em tempos aparecem bandas que resgatam primorosamente estilos consagrados do rock mundial. Grupos que têm como preferencia sonoridades específicas, entre tantas, que existiram e que os jovens não deixam acabar. Tivemos um exemplo bem claro aqui no país de uma banda que celebra os seus ídolos e suas características sonoras: a banda gaúcha Cachorro Grande. Repetindo o passado até no modo de vestir fazem uma homenagem prolífica do som do rock sessentista, na figura dos Beatles, Rolling Stones, Who, Kinks, entre tantas bandas britânicas que invadiram o mundo musical nos anos de 1960. Fazem muito bem essa proposta de revigoramento, e por isso não deixam o rock esmorecer.

Numa época de carência de movimentos originais de rebeldia - o último que presenciamos foi a cena das bandas independentes de Seattle rotulada de grunge pela mídia – e numa fase de experimentações com a eletrônica; a simplicidade e a essência do gênero é cada vez mais aclamada por aqueles velhos e novos amantes do rock clássico, aquele hard-blues-rock vigente nos anos de 1970, com solos de guitarra hipnotizantes.

Lá no exterior foi dado espaço no inicio do novo século para uma banda que fazia um rock rural, lembrando Creedence Clearwater Revival e outras do gênero Southern Rock. Os Kings Of Leon fez renascer a atenção para aquele antigo rock sulista com influencias do country. A atitude um tanto garagista que a banda deu ao gênero agradou os críticos e seu primeiro trabalho “Youth and Young Manhood”, de 2003, foi eleito no Reino Unido entre as dez melhores estréias nos últimos dez anos.

Os Followil (sobrenome da familia dos integrantes) agradaram a esses roqueiros mais ortodoxos. Porém, a partir do terceiro album da banda, “Because Of The Times” (2007), o grupo seguiu novas direções musicais mais populares, para alcançar um sucesso mais massivo. O novo rumo, que não deixa de ter seus méritos, pela criatividade, se distancia cada vez mais do estilo mais puro e de atributos campestres - para o descontentamento de muitos, inclusive deste que vos fala - que a banda mostrou no inicio da carreira.

Mas ainda bem que não temos só o Kings Of Leon para nos retroceder no tempo. Essa introdução era para chegar ao THE SHEEPDOGS, uma banda canadense que tem o Boogie e o Southern Rock sua paixão e morada. A audição desse grupo deixará muitos entusiasmados, visto a qualidade do som que fazem e as influencias que remetem. Soa como se estivessem nos anos de 1970, ao lado de Canned HeatHumble Pie, Lynyrd Skynyrd, The Band, The Allman Brothers. É essa mesma sonoridade, com a diferença que os tempos são outros.

Ao ver uma primeira apresentação não dura minutos para perceber que são ótimos músicos e que se completam harmonicamente. Possuem todo o visual e potencial daquelas bandas acima citadas. Arranjos bem trabalhados, suingue de fazer fechar os olhos, um vocal com um bom timbre, duas guitarras bem acentuadas, além de cantos em uníssonos a lá Crosby, Still, Nash and Young.


Prêmio conquistado pelos barbudos inclui um contrato com a Atlantic Records

O grupo é formado por Sam Corbett nas baquetas, Ryan Gullen no baixo, Leot Hanson na guitarra e Ewan Currie nos vocais e guitarra. A banda foi escolhida com 1.5 milhões de votos entre 15 finalistas em uma premiação da revista Rolling Stone. Estampou a capa de agosto do periódico americano. Já gravaram três álbuns de forma independente: “Trying to Grow” (2006), “The Sheepdogs’ Big Stand (2008) e “Learn & Burn” (2010). Este último levou o prêmio de melhor álbum no Western Canadian Music Award.

A existência dos The Sheepdogs é uma excelente notícia para todos os apaixonados pelo bom e velho rock and roll. Escutá-los e vê-los é como voltar no tempo. Confira as músicas “Southern Dreaming”; “How Late, How Long”; e “I Don’t Know”, essas já dizem tudo sobre a banda.

Confere aí:

De volta

Depois de mais de um ano tive a coragem de reativar esse espaço de pensamentos momentâneos. Sinto-me um egoísta em não compartilhar meus textos. Mesmo sendo poucos, totalmente subjetivos e não tão relevantes. Bueno, guardar na gaveta é como matá-los. Eles precisam aparecer para ter algum significado.

É um prazer em revê-los (os textos), ou alguêm que venha a acessar eles. Sejam bem vindos, novamente.