Logo depois da saída de
Alfredo Ramos, João Moiano, Joel Nascimento e do João Aires da Silva d’Os
Soprantes; não demorou muito para que os músicos formassem outra banda. Em 1973
nasce, então, Os Sheiks. Recrutam o
saxofonista Antônio Ladi Mendonça e Augusto Teixeira (Guto) para ocupar o cargo
de vocalista.
A formação original dos
Sheiks se alinha da seguinte maneira: Alfredo Ramos, no teclado e vocal; João Moiano, no trompete e
vocal; Joel Nascimento, no contrabaixo; João Carlinhos, na guitarra-base e
vocal; João Aires da Silva na bateria; Antônio Ladi Mendonça, no saxofone, e o
Augusto Teixeira (Guto), no vocal principal.
Assim como na segunda
fase d’Os Soprantes, quando faziam parte da banda, continuaram a tocar um
repertório focado nos sucessos da época do rock
nacional. Os Ie-ie-iês da Jovem
Guarda e de Renato e Seus Blue Caps, Beatles,
e passaram a agregar à lista músicas do Creedence Clearwater Revival, que na
época estava estourando e fazendo muito sucesso. Os Sheiks não tiveram
composições próprias.
A banda inicia uma
constante de apresentações, nos clubes locais e em cidades da região. “Em São Borja, além de termos tocado em
todos os clubes da cidade, tocamos também nas boates Tala Larga, que era na
esquina de cima onde é ou era o cinema Presidente; em uma boate inaugurada
quase em frente ao posto Shell (aonde antes era um depósitos de bananas do Sr.Kurt),
e em muitas festas organizadas nos colégios da cidade”, rememora o músico
Alfredo Ramos.
Os Sheiks também se
apresentaram do outro lado do rio, no país vizinho. Segundo Ramos, fizeram “muitos
shows na Argentina, especificamente em Santo Tomé. Eram sempre contratos para
tocarmos nos clubes e também para promoções estudantis”.
Ele recorda, também, de uma apresentação particular que fizeram: “Uma
vez chegamos a tocar na casa de um empresário de São Borja, à beira da piscina
em uma noite de verão. E nesta apresentação privada, estava a Vera Fischer, que
na época eu não lembro se já era miss ou não”.
O músico conta que com o grande número de shows que o grupo
fazia, tornaram-se bastante conhecidos e requisitados na região. “Os
Sheiks era uma das melhores bandas do momento, em toda a região da fronteira. Tocamos
em muitos carnavais do Clube Comercial e também em muitas cidades do Estado. Na época, além dos Sheiks, as
melhores bandas do momento, também, eram algumas de Santo Ângelo,
Alegrete, Ijuí e de Porto Alegre.”
Como de comum na maioria dos conjuntos, Os Sheiks também passaram por
mudanças em sua formação. O contrabaixista Joel Nascimento voltou para sua
cidade natal, Santo Ângelo, e posteriormente passou a tocar na banda San Marino.
Joel Nascimento conta um pouco de sua passagem pelos Sheiks: “(...)
participei de quase todas as bandas de maior expressão de São Borja na época, e
me considero o "fundador" dos Sheiks, juntamente com os demais
parceiros e amigos. Fui o responsável pela escolha dos componentes e pela
arrecadação do dinheiro que tocamos no carnaval e também na praça onde era
apresentado o concurso de músicas de carnaval. No término das festas
carnavalescas fui a Porto Alegre adquirir os instrumentos: baixo, guitarra,
bateria e outros; para dar inicio a nova banda Os Sheiks. Nunca parei de
participar de bandas musicais e sendo a de maior expressão que fiz parte foi a
banda San Marino, de Santa Rosa, onde toquei por mais de 15 anos."
Com a
saída do Joel Nascimento, o grupo colocou
em seu lugar Rafael. A banda passaria por mais trocas na sua formação, por
conta da evolução do repertório.
”Como o nosso repertório estava cada vez melhor,
pois passamos a executar musicas dos Beatles, do Creedence e
também músicas francesas (estas a esposa do Dr, Freire as escutava, copiava as
letras e nos ensinava a pronúncia). O repertório ficava mais nervoso e exigia
um bom guitarrista. Trouxemos o Serginho (atual violonista aí em São Borja).
Precisávamos de um guitarrista-solo, então o Serginho nos falou que tinha um rapaz
que era um exímio violonista e morava em Itaqui. Nós o trouxemos para fazer um
teste e o rapaz nos surpreendeu pela alta técnica que tinha. Esse rapaz é o
Juliano Trindade, mais conhecido como "Bonitinho”, dono do atual conjunto
gaúcho chamado ‘Eco do Minuano e Bonitinho’. Depois que o Bonitinho saiu, tivemos
como guitarrista o Geraldo (irmão do Eraldo, músico de São Borja) – ambos, e
também o Samuel foram da banda Os Titânicos de Porto Alegre. Os três fizeram
parte dos Sheiks, mas por pouco tempo”, conta Ramos.
Conforme Ramos, durante “quase sete ou oito anos” Os Sheiks estiveram
na ativa. Tocando e animando em muitos bailes e boates. Tudo ia bem, até que a
febre da disco music com a sua massificação tomou conta dos clubes.
Muitas bandas de rock ficaram em segundo plano, em detrimento à musica
mecânica.
“Com o surgimento de
promoções de bailes em
ambientes maiores que os dos clubes da cidade, animados pelo que chamamos na época de "Música Eletrônica" (hoje
chamamos de DJ), os bailes animados por conjuntos musicais, nos clubes, começaram a diminuir muito. Em
face disso, os Sheiks entraram em recesso e em reunião dos componentes, ficou
decidido que os Sheiks parariam de tocar”, explica Ramos.
Antes do encontro de
encerramento das atividades da banda, Os Sheiks se restringiam a poucos (quatro)
elementos: Alfredo Ramos (teclado), João Aires (bateria), Rafael (contrabaixo)
e Edivaldo Gutierrez (o Edimaior), como vocalista e guitarra-base. Nesta última
fase de formação a banda deu seus últimos suspiros e acordes em alguns clubes
pequenos da cidade como, o 13 de Julho, o Clube Esperança, Clube União e
em alguns colégios.
2 comentários:
lembro da minha juventude em São Borja, onde muitos ensaios dos Sheiks acompanhei, la no esperança onde meu pai era presidente, bons tempos.
oh saudade
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