26 agosto 2013

Noite: a fiel confidente

Quatro da manhã
Madrugada de segunda
Acordado
Enquanto todos dormem para estarem dispostos a afundarem no trabalho pela manhã
Por prazer ou por obrigação
Para manterem suas vidas de segurança

Aproveito o prazer da noite
Do encontro do eu com eu mesmo
Escrevo
Na frente do fogo da lareira, da tevê e com uma garrafa solitária de cerveja nas mãos

Anormal?
Para mim não
Pois esse é o meu eu verdadeiro

Com a companhia da solidão
Assim sigo
Sem tentar fingir o que não sou

À noite sinto-me mais vivo
Mais cheio
Mais confiante a cada criação
A cada pensamento inventivo
A cada transposição em palavras a minha confusão

Mais uma tragada, mais uma baforada, mais um gole e mais uma palavra
Uma tosse e o amargo da fumaça na garganta
Meus dedos estão ficando para sempre amarelos devido a combustão

Amanha acordarei e mais uma vez tentarei fazer algo de útil para o futuro
Algo que dê satisfação aos meus alheios
Algo que dificilmente me convém
Só para parecer preocupado e natural

Mais uma masturbação para relaxar
Com uma música calma adormeço
Com mil bagunças lá dentro, do pensamento

É impossível relaxar totalmente
Uma má noite para vocês
Incompreendidos.

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