08 novembro 2011

A inquietude pré-show


Daqui três dias, no simbólico 11/11/2011, matarei o arrependimento de quando pecaminosamente perdi a chance de ver ao vivo uma das bandas que marcaram minha adolescência e iniciação de gosto musical: o grupo americano Pearl Jam. Na ocasião corria o ano de 2005, e por comodismo deixei de presenciar a primeira apresentação da banda na terra gaúcha de Porto Alegre. 

Seis anos depois a oportunidade aparece e dessa vez não poderia, por nada, deixar escapar esse momento. Perl Jam... Lembro-me dos meus doze anos de idade... Um adolescente fascinado pelo recente gosto pela música e pela atitude do rock.  O hit “Even Flow” foi um dos primeiros videoclipes que vi e que me deixou extasiado. O inicio em alta do som cru da música aliado com a interpretação jovem e empolgante de toda a banda, principalmente do líder Eddie Vedder, e a cena deste mesmo escalando a estrutura do palco e pulando na plateia; são imagens que fizeram com que virasse um grande apreciador dessa banda de Seatlle. 

Pearl Jam é uma das raras bandas capazes de adquirir o respeito de qualquer um que goste de rock and roll, independente de preferencias estilísticas.  Pela trajetória ondulatória do grupo. Pelo modo como trataram o exagero da mídia, sem serem tragados e lobotomizados por ela. Pela luta em defesa dos fãs, contra o preço excessivo dos ingressos. Pelos apoios em campanhas e ativismos.  Pela força de vontade em continuar quando estiveram a um passo de desistirem, por causa da tragédia do festival dinamarquês Roskide em 2000, quando nove fãs da banda foram mortos pisoteados e sufocados. 

Com 20 anos de carreira, o Pearl Jam conseguiu refletir sobre as lições que empilharam, deram um tempo necessário para isso. Não deixaram que as experiências negativas se sobressaíssem à paixão de tocar, de se expressarem verdadeiramente e de darem grandes espetáculos aos seus seguidores. 

Claro que os músicos já não estão nas suas melhores formas do inicio da carreira, como no Pinkpop de 1992 (uma das performances mais marcantes da banda). Mas o espírito é o mesmo, mais maduros tanto musicalmente como mentalmente. 

Sexta-feira, felizmente, irei presenciar de perto essa vibração de um concerto do Pearl Jam. A guitarra rítmica de Stone Gossard, os solos de Mike McCready , o baixo de Jeff Ament, as batidas de Matt Cameron; e, especialmente, a voz desigual e a sinceridade da poesia de Eddie Vedder. 

Será uma noite inesquecível. Tenho certeza. 

Abaixo, dois ótimos videos de épocas distintas da banda:



Um comentário:

Fred disse...

Esse show vai ficar gravado para sempre na minha retina e guardado em um lugar especial da memória.

Valeu a parceria, valeu muito a pena, Fábio.