27 agosto 2009

Faces da vida

Sempre quando coloco os pés nos ônibus sujos
Olho ao redor e lá estão: rostos lindos, feios, risonhos, cabisbaixos, carrancudos.
Jovens com cadernos descartáveis nas mãos, mochilas pesadas nas costas, sacramentando-as

Será que acham a transitória juventude tão boa quanto deveria ser?
Será que algo os aflige?
Questionam-se se são corajosos o suficiente para enfrentar seus medos?
Ou a maioria não dá a mínima pro futuro? Com a opinião de que talvez seja melhor assim.
Será que já se sentiram a um passo da insanidade?

Pra onde vão?
Em busca de dinheiro, garanto. Com o equivocado conceito de que é o principal para a meta da felicidade.
Não se dão conta que somente a amizade e a gargalhada são sinônimas de prosperidade.

Imaginem quantas lágrimas já derramamos, nós, humanos.
Com a maldita sensação e receio de inutilidade.
Somos assim, nascemos assim
Com a obrigação de lutar
Contra a tristeza, contra a carga negativa que recheia nossa cabeça.

Cabeça dura, contrária
Entupida de inquietações
Sadomasoquista
Com o deleite de nos levar á loucura.

Bukowski via as faces da vida e da morte no hipódromo
Eu as vejo no ônibus
Nos inconfortáveis ônibus
Se locomovendo para a existência

Enfrentando as situações, caindo e levantando
Em busca de um sorriso repentino
Olhando para a mãe que amamenta o filho no banco do transporte público.

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