Há muitos que sempre odiarão PINK FLOYD, por conta do experimentalismo. É mais um daqueles casos clichês do ou ama ou abomina. A minha teoria é que essa instituição inglesa vai além de ser somente uma banda de rock. Pink Floyd é como música clássica. É preciso de um determinado momento e preparação para escutar e sentir.
A sensação que se tem após “The Piper At The Gates Of Dawn”
- o único com o selo do insano Syd Barrett -, é que David Gilmour, Roger
Waters, Nick Mason e Richard Wright embarcaram em uma viagem sonora e não
voltaram mais. Extrapolaram os limites da criação musical, assim como ZAPPA. E
nos convidam para a jornada junto dos registros. Basta olhar o ao vivo em Pompeia
para entender. É necessário estar aberto à experiência. Depois que entra nessa
cápsula dura um tempo para retornar.
E o maior culpado disso tudo é DAVID GILMOUR, um dos
guitarristas mais diferenciados e criativos da história do rock. Sem dúvida o
mais melodioso. Não é a questão de quantas notas consegue tocar em menos tempo.
Não é masturbação técnica, e sim, puro feeling.
Ouvir um solo de Gilmour é presenciar a guitarra falar, gritar e muitas vezes
até chorar. É um raro exemplar que não se encontra mais.
Há tempos vinha namorando um álbum solo do Gilmour. O
primeiro, de 1978. Homônimo. Sempre me deparava com ele me olhando, relegado na
sessão de ofertas. Até que um dia criei coragem e o levei. E foi uma das
melhores escolhas que fiz em todos esses anos de colecionador amador de CDs.
Por uma bagatela de quatorze reais tive uma surpresa das
grandes. Uma obra primorosa do começo ao fim. Poderia bem fazer parte da
discografia do Pink Floyd, mas é só o interior do Gilmour se expressando ali. Uma
sequencia de esculturas esculpidas pelos solos e vocais transcendentais
Gilmourianos, com uma base simétrica e audível. Não há como escolher destaques.
Todas sobressaem em completude.
Baladas, Blues Rock, progressividade, pianos, suavidade, lamentações
sonoras perfeitas para adormecer.
Obrigatório para toda a família. Pinkfloydianos ou não.
Produção Impecável
David Gilmour (1978)
Produção: David Gilmour
1.Mihalis
2.
There's No Way Out of Here
3.
Cry From The Street
4.
So Far Away
5.
Short And Sweet
6.
Raise My Rent
7.
No Way
8.
Deafinitely
9.
I Can't Breath Anymore
David Gilmour / guitarra, piano, teclados, vocais
Rick Wills / baixo, vocais
Willie
Wilson / bateria,
percussão
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