17 fevereiro 2012

Por uma vida carnavalesca



Há sempre uma aura triste no carnaval. As aparências todas estão reluzentes, mas por trás dos passos e sorrisos há uma angustia de preocupação com o futuro próximo. Os dias de festa são anestésicos da realidade. Desvios prazerosos. Boas doses de felicidades concretas ou artificiais. Existe um sentimento de negação do fim. Mas, infelizmente todo o carnaval tem o seu. E como é duro e difícil encarar o acabou. Encarar a quarta-feira de cinzas. O pior dia do ano. O mais depressivo e solitário. Há um contraste de comportamento. Somos obrigados a pensar, a seguir em frente. Dar jeito nas ações e na coragem para enfrenta-las.

Mas ao mesmo tempo o carnaval serve para sorrirmos e gozar o engraçado. Contemplar a felicidade. A celebração dos momentos, das companhias e conversas cheias. Serve para não pensar. E sim, aproveitar a vida. A ocupação das bebidas, das gargalhadas, da audição dos sambas, embora os verdadeiros sejam cheios de ilusões perdidas. O samba de raiz; entenda-se Noel, Cartola, Nelson Cavaquinho; entre tantos outros, é a manifestação dos sentimentos sinceros, das agruras e das satisfações vividas.

Portanto, nos deparamos com a tristeza. Não tem como fugir dela. Ela também é essencial, tanto quanto a alegria. Então, há de se prestar atenção estritamente nos ritmos. Dançar, cantar, imaginar o positivo. Agradecer a felicidade. Nem que seja a brevidade dela. Há de se buscar um momento carnavalesco a cada dia.

Boas festas a todos!

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